Arizona Tribune - Fome assola após inundações que deixaram mais de 900 mortos na Indonésia

Fome assola após inundações que deixaram mais de 900 mortos na Indonésia
Fome assola após inundações que deixaram mais de 900 mortos na Indonésia / foto: AMANDA JUFRIAN - AFP

Fome assola após inundações que deixaram mais de 900 mortos na Indonésia

As devastadoras inundações e os deslizamentos de terra deixaram mais de 900 mortos na ilha de Sumatra, na Indonésia, anunciou a agência de gestão de catástrofes do país neste sábado (6), e teme-se que o número de vítimas aumente devido à escassez de alimentos.

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A catastrófica confluência de dois ciclones tropicais e da temporada de monções deixou cerca de 1.790 mortos em Indonésia, Sri Lanka, Malásia, Tailândia e Vietnã.

Destas vítimas, 908 morreram na turística ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia, informou a agência, e mais de 400 pessoas continuam desaparecidas.

O número, no entanto, pode aumentar devido à fome que ameaça as aldeias e as "áreas que continuam inacessíveis nas regiões remotas de Aceh", alertou Muzakir Manaf, governador desta província "completamente destruída, de norte a sul, desde as estradas até o mar".

"Muitas pessoas precisam de produtos de primeira necessidade", declarou à imprensa, alertando que "as pessoas não morrem pelas inundações, mas pela fome".

Segundo o serviço meteorológico indonésio, as chuvas podem voltar neste sábado a Aceh e Sumatra, onde a água e a lama soterraram muitas residências.

- "Traído" -

Fachrul Rozi, vítima das inundações em Aceh, contou que passou a última semana amontoado em uma velha tenda junto com outras pessoas que fugiram das águas.

"Comíamos o que encontrávamos, ajudando-nos uns aos outros com as escassas provisões que cada um havia trazido. Dormíamos amontoados uns sobre os outros", declarou à AFP.

Munawar Liza Zainal, outro morador de Aceh, disse se sentir "traído" pelo governo indonésio, que até agora não declarou o estado de catástrofe nacional, apesar das pressões.

"É uma catástrofe extraordinária que deve ser tratada com medidas extraordinárias", insistiu.

O Sri Lanka, por outro lado, solicitou ajuda internacional esta semana e confirmou um saldo de 607 mortos e 214 desaparecidos na ilha, localizada ao sul da Índia.

O presidente, Anura Kumara Dissanayake, qualificou a emergência como a catástrofe natural mais grave que o país já sofreu.

Mais de dois milhões de pessoas - quase 10% da população - foram afetadas pelas inundações e deslizamentos de terra.

Os sobreviventes receberão até dez milhões de rúpias (US$ 33.000 ou R$ 173.100, na cotação atual) para adquirir um terreno em um local mais seguro e construir uma nova casa, assegurou o Ministério das Finanças em um comunicado na noite de sexta-feira.

O governo também oferece indenizar com um milhão de rúpias (R$ 17.310) os familiares de pessoas falecidas ou que a tragédia tenha causado uma deficiência permanente.

O Centro de Gestão de Desastres indicou que mais de 71.000 residências sofreram danos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) examina o pedido do Sri Lanka, que atravessa uma grave crise econômica, para obter US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) adicionais aos 347 milhões de dólares (R$ 1,9 bilhão) que receberá este mês.

Ch.P.Lewis--AT